terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Varizes e a Prática de Atividades Físicas

Já pensou em como é árdua a escalada que o sangue faz da ponta dos pés de volta ao coração? Se para baixo todo santo ajuda, subir a ladeira não é tão simples — veias e músculos precisam trabalhar em equipe para realizar a tarefa com sucesso. Acontece que alguns vasos da perna não aguentam o tranco: perdem o fôlego, relaxam, afrouxam o cinto... pronto! Basta uma pausa prolongada no expediente para que o sangue empaque no meio do caminho. Esses vasos indolentes, que se deixam dilatar, são nada menos que as populares varizes. Antigas conhecidas da mulherada, as marcas inconvenientes têm levado cada vez mais jovens ao consultório. Isso pode estar relacionado a fatores como o sedentarismo crescente, a obesidade, o cigarro e o uso precoce de anticoncepcionais.

Na verdade, o grande responsável pelas veias tortuosas não está sob o nosso controle. “Em 90% dos casos, o problema é hereditário”, constata Fernando Soares Moreira, angiologista e cirurgião vascular da clínica Steticlin, em São Paulo. Essa tendência pode ser potencializada pelos hormônios femininos, um privilégio das mais moças. Eles deixam as paredes da veia mais flexíveis e, consequentemente, aumentam o risco de dilatação. Por isso até mesmo a pílula, a gravidez e a reposição hormonal aumentam o risco. Na lista dos réus também estão os quilinhos a mais e a falta de atividade física.

Embora as marcas apareçam quatro vezes mais em mulheres, os homens não estão livres desse mal — e por motivos semelhantes. Aliás, o número de marmanjos que procuram tratamento para varizes cresce vertiginosamente.

No fim de um dia de trabalho, as pernas incham e dão aquela sensação de peso e queimação. Esses são sintomas típicos de quem sofre de varizes. No calor, eles são ainda mais incômodos, porque as veias terminam mais dilatadas. Mas, assim como algumas pessoas simplesmente não sentem nada, os vasos nem sempre ficam aparentes — sim, você pode ter varizes e não enxergá-las. O desconforto pode ser meramente estético ou causar um comprometimento funcional. Como o problema tende a evoluir, o ideal é procurar um especialista ao menor sinal de dor sem causa.

Felizmente, novos tratamentos e diagnósticos têm permitido flagrar a doença precocemente, o que evita muita dor de cabeça — e principalmente nas pernas. Se as suas veias já têm uma preferência duvidosa pelo ócio, evite passar muito tempo em pé ou sentado, ponha o corpo em movimento.

Durante o trabalho, procure movimentar-se, tome mais um copo de água além daqueles que você costuma tomar; vá mais ao banheiro e aproveite para alongar e exercitar as pernas rapidamente; e mesmo sentado, aproveite para estender, flexionar, alongar e movimentar a musculatura das pernas.

Procure realizar atividades físicas pelo menos 3 vezes por semana. Vale tudo nessa hora, exercícios aeróbios (caminhada. corrida, danças, pular corda), exercícios de flexibilidade (alongamentos) e exercícios resistidos (musculação, ginástica localizada). É interessante valorizar atividades que preconizem a musculatura da coxa (região posterior e anterior) e perna (gastrocnêmio – famosa panturrilha).



Cuidados como esses evitam que os vasos tirem férias de uma hora para outra.

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